Origem do Pitbull: um breve histórico para desmistificar a raça

Você conhece a origem do Pitbull? Vamos supor que, provavelmente, não. Mas você já deve ter lido leu alguma notícia ou visto uma reportagem na TV falando sobre a raça, em que cães Pitbull estavam envolvidos em algum ataque a crianças, adultos e idosos. Certo? Ainda que esses fatos sejam terríveis e devam ser lamentados e, sobretudo, prevenidos para que não se repitam, é preciso entender a origem desse comportamento.

Para ajudar a combater a desinformação e a ideia de que todo Pitbull é um monstro, vamos falar um pouco sobre a origem da raça e as características desses cães.

Origem do Pitbull: como surgiu a raça

Ainda que não existam documentos oficiais, o que se acredita é que o Pitbull seja uma raça surgida a partir do cruzamento entre os buldogues e os terriers ingleses, na região entre Inglaterra e Irlanda. O objetivo do cruzamento era combinar o comportamento dos cães terrier, que são caçadores natos, com a força e resistência física dos buldogues, produzindo animais ágeis, persistentes, fortes, corajosos e resistentes.

Aqui, vamos fazer uma observação: quando falamos do buldogue que deu origem aos Pitbulls, estamos nos referindo a uma raça que não existe mais. Não é aquele gorduchinho e preguiçoso que você provavelmente está imaginando, certo?

Os cães que surgiram do cruzamento eram utilizados em uma prática terrível chamada bull baiting, que consistia em incentivar um cão a atacar um touro previamente amarrado, mordendo suas orelhas, patas e focinho até que o animal caísse no chão.

Acredita-se que quando essa prática foi finalmente proibida, as pessoas começaram a colocar os cães para lutar entre si, em rinhas que geravam muito dinheiro (mas eram tão absurdas e cruéis quanto o ataque aos touros).

Com o tempo, os frutos desse cruzamento entre raças e seus descendentes migraram para os Estados Unidos, onde passaram a ser muito utilizados por fazendeiros para caçar animais selvagens, arrebanhar gado, proteger a propriedade e servir, também, de cães de companhia para as famílias.

A fama da agressividade

A maneira como um cão é criado e os cuidados que recebe influenciam muito mais em seu comportamento do que qualquer outro fator, embora os aspectos genéticos mereçam, logicamente, ser considerados na equação.

A chance de se ter um cão agressivo e violento é muito maior se seus ancestrais vêm sendo criados com esse propósito, como sua utilização em brigas com outros cães, por exemplo.

Além disso, não proporcionar uma socialização adequada para o animal, como o contato com outras pessoas e cães, submetê-lo a maus tratos, como deixá-lo amarrado, sob o sol ou a chuva, sem acesso à alimentação adequada e água limpa e fresca, também contribuem para que o cão se torne agressivo com o tempo.

O senso comum de que o Pitbull é um cachorro naturalmente agressivo, violento e pronto para atacar qualquer um a qualquer momento, sem motivo, vem da fama que algumas pessoas irresponsáveis acabaram atribuindo à raça, por práticas nocivas como essas.

Como o Pitbull pode ser

Inteligente, amoroso, divertido e versátil, o Pitbull é um cão com muita resistência física e autoconfiança. Embora sua presença e postura intimidadora faça com que seja usado para proteger áreas externas, como quintais e pátios, a depender da criação pode ser amigável até demais com estranhos, o que não é ideal para cães de guarda.

É preciso investir na socialização dos cães da raça ao longo de toda a vida, garantir que façam exercícios físicos e ficar atento para os problemas de saúde mais comuns, como doenças de pele e displasia coxofemoral.

Curiosidades sobre o Pitbull

Você sabia que os Pitbulls já foram muito utilizados como babás? Isso mesmo, quando o assunto era proteger uma criança e garantir a sua segurança e bem-estar, esses cachorros eram deixados a cargo de crianças, inclusive bebês, enquanto os cuidadores humanos se ocupavam de outros afazeres.

Durante mais de 150 anos, entre os séculos XIX e XX, o Pitbull era conhecido como “The Nanny Dog nos Estados Unidos, ou “o cachorro-babá”.

A paciência e docilidade da raça fez com que a presença desse tipo de cachorro nas casas americanas com crianças fosse quase que uma unanimidade no período.

Outra curiosidade é que, apesar de bastante popular e bem difundida, a raça não é oficialmente reconhecida pela Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC).

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